Ao contrário do que muitas pessoas julgam, continua a fazer todo o sentido assinalar o Dia Internacional da Mulher como mais um dia de luta. No início da segunda década do séc.XXI observamos que muitas mulheres continuam a ser privadas dos seus direitos fundamentais de igualdade, implicando todo o tipo de discriminações sociais e laborais.
Nos sectores representados pelo CENA, esta discriminação é mais do que evidente. As actrizes, as bailarinas, as artistas de Circo, as técnicas de Teatro ou de Audiovisual, as instrumentistas, as apresentadoras de Televisão, etc, que tomam a opção legítima de ter filhos, são muita vezes colocadas numa situação de risco para a sua carreira laboral. Acontece que durante a gravidez e nos primeiros meses de vida dos e das suas filhas, elas são postas de lado por não reunirem as condições estéticas ou de disponibilidade para um determinado trabalho. Para piorar a situação, a precariedade contratual traz consigo a incapacidade de aceder aos apoios sociais devidos, tornando a situação destas mulheres ainda mais débil. Para além disso, continua a existir nos nossos sectores uma misoginia muitas vezes encoberta mas que é latente. É preciso, também no Espectáculo e no Audiovisual, que lutemos todos e todas pela emancipação da Mulher e por uma maior influência das suas ideias na Cultura.
Este vídeo, onde Mário Viegas e Lia Gama dizem um texto de Maria Velho da Costa, "Mulheres e Revolução", mostra que necessitamos que a emancipação das mulheres se cumpra totalmente. Só nesse dia a sociedade será mais igual, justa, mais activa e desperta para as imoralidades que têm vindo a ser postas em prática pelos governos obcecados com a austeridade. As mulheres são factor decisivo na luta dos e das trabalhadoras porque "elas encheram as ruas de cravos", não deixemos que tenha sido em vão!