ARQUIVO
ARQUIVO: 2013-09
1 de Outubro: 3ª concentração Dialectus
Testemunhos Dialectus (8)
CENA em sessão de esclarecimento na ACT - Escola de Actores
CML: atraso no pagamento aos trabalhadores dos espectáculos "Baile"
Nova lei dos Direitos de Autor entra em vigor a 1 de Novembro
Mais 14 testemunhos de ex-trabalhadores da Dialectus
Dialectus: ex-trabalhadores mantêm união
Moção lida no dia 16 de Setembro
Dialectus: imagens da concentração de 16 de Setembro
Testemunhos Dialectus (7)
Testemunhos Dialectus (6)
Nova concentração na Dialectus
Testemunhos Dialectus (5)
Testemunhos Dialectus (4)
Testemunhos Dialectus (3)
Testemunhos Dialectus (2)
Escolas Especializadas do Ensino Artístico impedidas de abrir concurso de professores
Testemunhos Dialectus
Dialectus: testemunhos e nova concentração
Vídeo: testemunhos sobre a Dialectus
Dialectus: imagens do local
Dialectus: ecos da imprensa
Dialectus, Comunicado de Imprensa
 
ULTIMOS POSTS
Manifestação Nacional de Jovens Trabalhadores
 
ARQUIVO
2024-02
2024-01
2023-08
2023-04
2023-03
2023-01
2022-12
2022-11
2022-07
2022-05
2022-04
2022-03
2022-02
2022-01
2021-12
2021-11
2021-10
2021-09
2021-08
2021-06
2021-04
2021-03
2021-02
2020-12
2020-06
2020-05
2020-04
2020-03
2020-02
2020-01
2019-12
2019-10
2019-07
2019-06
2019-05
2019-04
2019-03
2019-02
2019-01
2018-12
2018-11
2018-10
2018-09
2018-07
2018-06
2018-05
2018-04
2018-03
2018-02
2018-01
2017-12
2017-11
2017-10
2017-09
2017-08
2017-07
2017-06
2017-05
2017-04
2017-03
2017-02
2017-01
2016-12
2016-11
2016-10
2016-09
2016-08
2016-07
2016-06
2016-05
2016-04
2016-03
2016-02
2016-01
2015-12
2015-11
2015-10
2015-09
2015-08
2015-07
2015-06
2015-04
2015-03
2015-02
2015-01
2014-12
2014-10
2014-08
2014-06
2014-04
2014-03
2014-02
2014-01
2013-12
2013-11
2013-10
2013-09
2013-08
2013-07
2013-06
2013-05
2013-04
2013-03
2013-02
2013-01
2012-12
2012-11
2012-10
2012-09
2012-08
2012-07
2012-06
2012-05
2012-04
2012-03
2012-02
2012-01
2011-12
 
Notícias
 

Testemunhos Dialectus (3)
há +553 semanas

Testemunho de Jorge Silva

Olá, 

Tomei conhecimento da vossa manifestação ontem numa conversa com amigos e fiquei logo revoltado por não ter feito parte do vosso movimento tão nobre.
Pesquisei pelo vosso sindicato e achei por bem deixar aqui o meu testemunho (mais um, entre milhares) contra uma empresa que vive à base de aparências e que se aproveita do trabalho das pessoas.
 
A minha história com a Dialectus começa em outubro do ano passado, quando decidi inscrever-me na formação de legendagem que eles proporcionavam, até aqui tudo bem, terminei a formação e como fui um dos melhores, tive a oportunidade de fazer uns testes para ser inserido na empresa.
Em janeiro deste ano, dia 3 se não me engano, a minha formadora informa-me de que fui aceite e que sou oficialmente colaborador da empresa.
Desde janeiro até sensivelmente maio/junho fiz alguns trabalhos de legendagem para eles. 
 
Um colega meu, tanto de faculdade como de formação alertou-me durante o mês de março para o facto da empresa não pagar os salários, motivo pelo qual ele deixou de entregar trabalhos. Cheguei a pesquisar e tive conhecimento de mais casos onde pessoas tinham a receber mais de 5800€, expuseram o caso em tribunal, o tribunal deu razão aos queixosos, obrigou a Dialectus a pagar às pessoas, mas não sei como, a empresa não pagou nem um cêntimo aos colaboradores. 
Ao saber destas situações fiquei com algum receio e indignado de continuar a trabalhar de forma gratuita para eles, já que era um recém licenciado e na altura precisava de ganhar experiência, então continuei a trabalhar em legendas para a empresa.
 
Até que em maio e depois de várias insistências e vários telefonemas, a responsável pelo departamento financeiro, lá fez uma folha excel com todos os meus trabalhos feitos, o valor de quanto iria receber por cada um e o dia da transferência bancária. Tenho a receber um total de 291, 60 €.
Pareceu-me na altura que finalmente iriam cumprir a palavra, até que chegou o dia de receber a primeira parte do que era meu por direito (pois eles dividiram os 291,60€ em duas partes a serem pagos nos meses de maio e junho) e ao verificar a conta, não houve qualquer tipo de depósito.
Emiti um recibo verde, enviei o comprovativo, telefonei várias vezes, até cheguei a ir lá pessoalmente para saber o desenvolvimento da situação e do outro lado só recebi promessas e mentiras de que o pagamento iria ser feito ou então que os processamentos dos pagamentos estavam atrasados pois o trabalho que recaía sob a senhora era imenso, dizia-me para eu aguardar mais uns dias.
Eu aguardava, mas quando chegava a altura de pagar, surgia um motivo qualquer de adiamento ou mais uma desculpa.
 
Foi então que me fartei e cortei relações com a empresa, deixei de entregar e solicitar mais trabalhos.
Recorri ao Ministério do Trabalho, através da ACT - Autoridade para das Condições do Trabalho, em Sintra, com esperança de que pudessem ajudar, mas ao verem o meu contrato celebrado com a Dialectus, informaram-me de que não podiam ajudar no meu caso, pois era um trabalhador independente com um contracto de prestação de serviços.
Sugeriram enviar uma carta com aviso de recepção para que de alguma forma pressione a empresa a cumprir os tópicos escritos no próprio contrato que eles realizam com as pessoas, onde está claramente exposto que em troca do trabalho feito pelo colaborador a empresa compromete-se a pagar por esse mesmo trabalho realizado, coisa que no meu caso e com imensas pessoas, não aconteceu. 
Não cheguei a enviar essa carta porque tinha noção de que iria ser um tiro no escuro e não ia dar em nada.
 
Fiquei extremamente desapontado com esta empresa, porque além de ser a minha primeira experiência profissional julgava que ainda existiam pessoas de palavra que não mentissem na cara no que toca ao pagamento  e visto de fora e para quem não conhece, a Dialectus até transmite uma imagem de prestigio e profissionalismo, até ter caído na ratoeira montada pela responsável da empresa.
Já para não falar que tive de gastar dinheiro ao adquirir um seguro de acidentes no trabalho, exigido pela empresa aos colaboradores, assim como pelas deslocações até à empresa, agora vejo que foram investimentos em vão e sem efeito visto que a Dialectus não paga salários.
 
E é esta a minha história, ainda bem que existem movimentos como o vosso onde as pessoas se juntam e reivindicam os seus direitos e lutam contra a corrupção, eu até pensei em denunciar o caso na comunicação social, mas uma só voz não fará a diferença.
Ao saber da manifestação organizada pelo vosso Sindicato, ressurgiu a esperança de que talvez possa reaver o que é meu por direito fruto do meu esforço em ser profissional, trabalhador e cumpridor com quem me empregou.
Continuem com as vossas acções contra esta empresa em concreto, serei mais uma voz a juntar-se ao imenso coro de indignados.
 
Cordialmente,
 
Jorge Silva